CONTOS




(DES)COMPASSO

                         Escrito por Thereza
                                    Poesia  de Btse

Eu perdida em meus pensamentos no meio de uma casa noturna, pessoas dançando, corpos suados, amores novos e perdidos. Mas era como eu não estivesse ali, pensava em mim, em ti e no quanto eu desejava que um dia fôssemos “nós”. Naquele momento via a vida como a música desconhecida que estava tocando, cheia de pausas, cheias de compassos, claves de sol. 

Era como se eu estivesse vendo aquela que vive em meus pensamentos e alma, que está na minha vida mesmo sem poder alcançá-la por inteira.

A música muda, meus amigos tentam acordar-me do devaneio em que me encontrava dizendo que eu precisava de um novo amor, logo vem em mente a tua imagem. Então entendo que não quero qualquer amor, porque qualquer amor não me satisfaz.

Lembro-me da sua música favorita e viajo na verdadeira Amplidão dos meus sentimentos e como num passe de mágica ou coincidência ela começa a tocar me fazendo dar um sorriso bobo ao lembrar-me da sua satisfação dedilhando as notas desta canção de amor em seu violão.

Olho ao meu redor tentando encontrar um pouco de você e nada e nem ninguém neste lugar consegue fazer com que meus olhos brilhem como quando estou contigo, então descubro que mesmo em segredo, o meu maior prazer é amá-la, qualquer outro não representa nada, diante do que sinto por você.

Me pego sorrindo mais uma vez, porque mesmos com os foras que você me dá, jamais conseguiria abster-me de você, pois fui e sempre serei tua inteira cúmplice, completamente enfeitiçada pela mulher de coloridos modos.

Não consigo entender esse nosso amor mais que imperfeito. O que sei é que na imperfeição encontramos as diferenças, iniciando aí o conhecimento da forma de amar da outra e é por isso que eu quero ter você, só espero que não demore e que meu coração nunca envelheça.

Saio da pista de dança e caminho lentamente para o terraço, precisava respirar. Olho para o céu que está repleto de estrelas,uma linda noite de luar, inspiro, fecho os olhos, me perco no tempo.

Sinto uma mão pousar em meu ombro esquerdo, desperto do meu devaneio e vejo você linda me olhando, com um sorriso tímido toca meu rosto suavemente, ao sentir o teu toque meu coração e meu corpo provam o quanto eu te amo e como esse amor tem se manifestado de várias formas: amor de proteção, amor de amizade, amor de cama (a tua cama cheia de bagunça), amor de respeito e de dedicação mutua, definitivamente um amor guardião.

-Te adoro Amore! – me diz com um sorriso sapeca e me envolvendo num abraço.

É estranhamente gostosa a felicidade que sinto ao ouvir você dizer que me adora e de uma forma carinhosa que me chama de amore. Chego à conclusão que, dessa vez não tenho medo do inesperado, porque por mais novo que tudo isso seja, é algo que só me faz bem... Ter um bem de verdade!

Chego a acreditar que o amor veio e tem tudo haver com a amizade, se antes não houvesse esse simples e complexo detalhe o amor não existiria.

E nesse momento, fiz a minha maior descoberta: o amor a gente não encontra, ele nos escolhe! Por isso me sinto novamente, imensamente feliz e privilegiada por tudo que está acontecendo, afinal o AMOR me escolheu.

Sei que eu serei tua de corpo inteiro, porque de minha parte eu estou aí e aqui, vivenciando essa nossa louca forma de amar.



Descompassada mente
                     Por Btse

Hoje enquanto dormia
Tentei tocar o céu,  ‎
Na ânsia de te encontrar.

Decidi escalar,
O Monte das Ilusões.

Esperança irrealizável,
No encontro da paixão.

No auge de meu sonho,
Descobri algumas verdades
Desalinhei minha razão.

Em total desatino,
Sucumbi à tentação.

No silêncio de meus versos, 
Ouvi o meu coração.

Descompassado e dolorido,
Também, sucumbiu à tentação.

Cavalga descompassado,
Meu cavaleiro errante.

A guerrear desilusões,
Enfrentaste grandes batalhas.

Perdera algumas, vitorioso em outras, 
Até encontraste tu,
Forte adversária.

No embate das palavras,
Desfigura minha razão.

Desfigurada vagueio,
Por sentimentos e desejos.

No silêncio de tua razão,
Grita, espera, reflete,
Bate-se em duelo.

Do qual não serei a vencida,
Nem a vencedora.

Findado espero,
Respondido foste.

Ordene, que meu cavaleiro errante,
Encontre de vez o compasso.

Realizada,
Descanse em teus braços.

Até que despertas para o amor,
Inebriadas pela paixão
Cedamos de vez à tentação.